Hoje no Atlético-MG, Dudu foi denunciado nesta segunda-feira, 2, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ofensas a Leila Pereira, presidente do Palmeiras. A procuradoria do STJD denunciou o jogador por misoginia contra a dirigente. 35d1b
A procuradoria entende que o atacante infringiu o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBDJ): "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".
O STJD ainda vai decidir se acolhe ou não a denúncia da procuradoria. Caso vá a julgamento, Dudu pode ser punido com suspensão de cinco a 10 jogos, além de multa, com valor entre R$ 100 e R$ 100 mil.
"Não tenho dúvida de que o Dudu só falou o que falou porque eu sou mulher. Tanto que mais recentemente, após sair de outra equipe, ele não ofendeu a honra do homem que detém a SAF do clube que o dispensou", afirmou Leila em declaração enviada ao Estadão.
"Então, eu espero que este atleta seja punido com o máximo rigor possível, por todo o constrangimento que causou não somente para mim, mas para todas as mulheres. Apenas com penas rigorosas nós vamos coibir estas atitudes discriminatórias e preconceituosas, que não cabem nem no futebol nem na sociedade", acrescentou a empresária.
Leila Pereira também move uma ação contra Dudu nas esferas cível e criminal. O atacante se defendeu da acusação de danos morais, que corre na 11ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) sob o argumento de que a sigla "VTNC", em postagem contra a presidente do Palmeiras, não se refere, necessariamente, a um xingamento, podendo significar "Vim Trabalhar no Cruzeiro".
A ação de Leila corre desde janeiro, e se refere a uma postagem que o jogador realizou em suas redes sociais logo após deixar o Palmeiras. "O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pela porta dos fundos. Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua, senhora Leila Pereira. Me esquece, VTNC", escreveu o jogador.
Leila e sua defesa argumentam que a sigla foi utilizada a partir do xingamento popularmente conhecido e utilizado no Brasil: "Vá tomar no c...". Além disso, na petição inicial, foram juntados outros momentos em que o atacante, por meio das redes sociais, teria citado e atacado a presidente alviverde. Leila busca uma indenização no valor de R$ 500 mil.
Os advogados do atleta argumentam que a sigla pode ter diversos significados, além do xingamento. Na peça, foi citada a frase "Vim Trabalhar no Cruzeiro" como uma das possibilidades para o termo, utilizado por Dudu em postagem nas redes sociais.
Dudu também busca uma retratação pública da presidente Leila Pereira, com veiculação nos canais de comunicação do clube e da presidente, bem como no Allianz Parque, nas partidas em que o Palmeiras atuar, por meio da transmissão do pedido de desculpas da presidente nos telões do estádio.