Em crise política fora de campo, o Corinthians teve uma atuação ruim na Neo Química Arena, neste domingo, e apenas empatou sem gols com o Vitória, pela 11ª rodada do Brasileirão. Assim, o clima de caos dos bastidores invade o gramado e o time comandado por Dorival Júnior entra pressionado na pausa para a Data Fifa e o Mundial de Clubes. 604q2
Eliminados na Sul-Americana no meio da semana, os corintianos estão com 15 pontos e no meio da tabela do Brasileirão, apenas cinco pontos à frente do Vitória, que está mais abaixo, em 16º lugar, primeira posição acima da zona de rebaixamento.
A partida foi assistida por Carlo Ancelotti, técnico da seleção brasileira, que convocou Hugo Souza para a Data Fifa deste mês. Ele ganhou uma camisa corintiana das mãos de Osmar Stábile, presidente interino do clube desde que Augusto Melo foi afastado após aprovação do impeachment no Conselho Deliberativo, na segunda-feira, 26.
Melo fez uma manobra no sábado para tentar voltar ao poder. Foi ao Parque São Jorge e exigiu ser reconduzido à presidência, baseado em decisão tomada por Maria Ocampos, primeira secretária que assumiu o controle do Conselho Deliberativo após afastamento de Romeu Tuma Júnior, presidente do órgão. Ela anulou todos os atos de Tuma no período de 9 de abril até aqui, inclusive a condução do processo de impeachment.
Augusto Melo alega estar de volta ao comando, enquanto Stábile e seus aliados dizem que a decisão de Ocampos não é válida e que o adversário político tenta um golpe. Tuma Jr. diz que não foi notificado e entende que não pode ser afastado porque o tema, votado apenas no Comitê de Ética, não foi apreciado pelo plenário do Conselho Deliberativo.
O presidente afastado do Corinthians chegou a dizer que iria ao jogo neste domingo, mas desistiu da ideia. Durante a partida, os telões da Neo Química Arena exibiram a mensagem "Ganhar ou perder, mas sempre com democracia", acompanhada do logo da Democracia Corinthiana.
Em campo, o Corinthians teve bastante volume no começo da partida, mas cometeu muitos erros no último terço com o inesperado trio ofensivo formado por Talles Magno, Memphis Depay e Héctor Hernández. Sem Carrillo, que teve constatada uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda, horas antes da partida, Dorival armou o meio de campo com Raniele, substituído por Martínez ainda no primeiro tempo por lesão, Maycon e Bidon.
Até a primeira metade da etapa inicial, a equipe alvinegra acelerava o jogo e parecia que o gol era questão de tempo. A grande chance foi de Memphis Depay, que ficou na cara do gol e atingiu com força o rosto do goleiro Lucas Aracanjo, que ou algum tempo caído.
Depois disso, a partida ficou mais nervosa para os corintianos, que erravam cada vez mais e viam o Vitória começar a assustar um pouco mais no campo de ataque. De qualquer forma, não foram tão graves as investidas da equipe baiana, em mais uma amostra da evolução defensiva do time nas mãos de Dorival. O outro lado da moeda, contudo, é a limitação do repertório ofensivo.
A volta para o segundo tempo animou a torcida alvinegra, já que Rodrigo Garro, ainda recuperando a forma física, entrou no lugar de Hector Hernández. Mesmo com o argentino fora de ritmo, houve melhora no setor de criação do Corinthians.
Apesar disso, as jogadas eram muito concentradas no lado esquerdo, por onde Talles Magno mostrava dificuldades para dar sequência às jogadas, até o momento em que encontrou espaço e carimbou a trave com um belo chute colocado da entrada da área.
Nervoso, o time da casa teve de contar com bela defesa de Hugo Souza, em finalização de Kayzer, para não ficar em desvantagem. Só voltou a levar perigo mais perto do final da partida, quando Garro acertou a trave em cobrança de falta. Parte da torcida estava tão aflita que vaiou discretamente o astro Memphis Depay, quando substituído pelo garoto Gui Negão.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 0 x 0 VITÓRIA
CORINTHIANS - Hugo Souza; Matheuzinho, André Ramalho, Cacá e Matheus Bidu; Raniele (Martínez), Maycon e Breno Bidon (Ryan); Talles Mago (Romero), Memphis Depay (Gui Negão) e Héctor Hernández (Rodrigo Garro). Técnico: Dorival Júnior.
VITÓRIA - Lucas Arcanjo; Edu, Lucas Halter e Zé Marcos; Claudinho (Richard Ryler, Baralhas, Ronaldo Lopes e Jamerson; Renato Kayzer, Janderson (Fabri) e Lucas Braga (Gustavo Mosquito). Técnico: Thiago Carpini.
CARTÕES AMARELOS - Lucas Arcanjo, Lucas Halter, Richard Ryller e Janderson (Vitória) e André Ramalho (Corinthians).
ÁRBITRO - Felipe Fernandes de Lima (MG).
RENDA - R$ 3.062.595,70.
PÚBLICO - 44.579 (44.943 total).
LOCAL - Neo Química Arena, em São Paulo.